quarta-feira, 3 de junho de 2009

Um olhar comunicador sobre o sermão (Reflexão sobre Andy Stanley)

"Tudo que pode ser dito pode ser dito de maneira simples" (Wittgenstein)

"Pregar é simples. Ao complicar, fazemos um desserviço a nós mesmos e a quem nos ouve" (Andy Stanley)

Continuando a conversa sobre desafios para a comunicação do evangelho, li algo esta semana que vale a pena compartilhar. Em entrevitsa a Ed Stetzer, o pastor Andy Stanley fala sobre o sermão sob o olhar de um comunicador.

Ele fala, sobretudo, em como alcançar a atenção de uma audiência que não quer necessariamente ouvir sobre o que você tem a dizer. Em concordância com muito que tenho ouvido aqui no Brasil - essencialmente de Marcelo Gualberto e Marcos Botelho - Stanley enfatiza a importância de se contar histórias.

Histórias no lugar de conceitos e teses. Uma história para ilustrar um ponto, um conceito. Encontrar uma mensagem importante, aquilo que o receptor não pode sair do culto sem ouvir e, então, enfatizar este ponto.

De grande novidade gostei de ouvir alguém falar contra o senso comum de que uma mensagem tem de ser necessariamente rápida. Para Stanley a duração da mensagem deve ser equivalente à quantidade de tempo que o comunicador consegue prender a atenção do público.

Veja algumas das declarações de Andy Stanley sobre sermões (na íntegra a entrevista deu sete páginas de Word):

Pregação em pontos - É um péssimo modelo. Pontos não são uma viagem de um lugar para outro. Pontos são pontos. Comunicação é: todos temos necessidades comuns e eu não vou sair daqui até fazer você sentir que elas têm de ser resolvidas. Então, depois, abrimos a Palavra e resolvemos.

Excesso de informação - Vejo algumas pregações e penso: "Pobre pregador. Passou a semana inteira se preparando e ele tem três sermões em um só. Isso na verdade deveria ser uma série. Todo mundo vai voltar na semana que vem, então não precisa aglutinar tudo em uma mensagem nesta semana."

Estratégia - Temos de ter metas específicas: "quero que eles conheçam algo", ou "quero que eles façam algo", ou "quero que eles mudem algo". Então, falo 35 ou 40 minutos apenas palavras com aquele objetivo específico.

Paixão por pregar - Você tem que imaginar um jovem de 21 anos sentado no fundo dando à igreja mais uma chance. Em que parte ou o que na sua mensagem contém aquela paixão que vai alcançar e agarrar o cara e dizer: "você não vai sair daqui sem me ouvir."

Estou tentando entrar em contato com o Stetzer para que ele me autorize a simplesmente traduzir o material e postar paulatinamente aqui no blog. Por enquanto, se você entende bem inglês pode curtir as entrevistas na íntegra clicando aqui.

Andy Stanley é autor do livro Communicating for Change, em que trata de como comunicar, do púlpito, a revelação de Deus.

A charge deste post é de Jasiel Botelho. Para mais delas, clique aqui.

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Um comentário:

Anônimo disse...

gostei...
só me faz pensar que Jesus contava suas histórias também, falava por meio de imagens...
abracos